coisas de ser humano...

Quando ele olhou nos meus olhos pela primeira vez depois de eu saber do que eu sentia, eu descobri que o amor é a coisa mais linda, estranha e brilhante do mundo. Eu poderia achar que não, que tudo isso é coisa da minha cabeça de adolescente boba que complica a vida para ter emoção, mas não, não é bem assim o amor é difícil, complexo e dramático, e o principal o amor é coisa de gente, ser humano, gosta de complicar e dramatizar e acabar com o fio de paz que ainda exista. E eu sinto amor, e eu não sei lidar com essa complexidade toda, e qualquer tentativa de amor em mim viram sorrisos e só sorriso quando eu ouço a voz ou sinto o cheiro de menino bem cuidado que ele tem, e é então que o amor desce sobre minha mente, e eu olho para ele e eu não sei dizer se ele sente o mesmo quando olha para mim, e ficamos nisso e a gente ri e eu acho graça e é só.
Eu nunca vou contar sobre isso para ele, afinal de alguma maneira ele deve imaginar, e eu acho que é amor pequeno, do mais bonito, aquele do tipo que a gente valoriza e acha lindo cada fio de cabelo da pessoa, mas é pouco amor, é insuficiente para ser declarado e bonito demais para passar dos olhares, sorrisos, graça e só.E só de olhar aqueles olhos de menino criança e paz que eles passam já é o bastante, eu não preciso de mais, eu sei que vai perder a graça se tudo ficar claro e certo.
A verdade é que eu tenho medo de me enganar e eu gosto do que é incerto. Incerto, engraçado, cheiroso, com olhar infantil, enfim. È tão fácil achar graça de tudo isso, sentir amor perto ou longe, sentir a calma que ele não demonstra, mas tem, e chorar de alegria quando ele balança a cabeça com cara de menino bravo e depois ri; e tudo isso é saber, que o amor é lindo mesmo enquanto ele não machuca, enquanto há paz.
E eu ainda sinto essa paz, essa calma.

Créditos à Maria Tereza (@mariabenedeti), que desenvolveu a pseudo-tese de que o amor é psicológico. Mas ela esta descobrindo que não é bem assim.

Rafaella.